segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Adeus Holanda!

Na minha última semana na Holanda levei um baita tombo de bicicleta indo pro trabalho; o chão estava escorregadio e como sou um devoto fevoroso da Virgem del Punho, não troquei os freios dianteiros durante esses 6 meses e como a descida estava molhada, acabei não conseguindo freiar. Além de ter me ralado todo, o selim quebrou e a bike ficou toda arranhada. Já tinha comprado dois tubos e um pneu novo pra bicicleta, agora (finalmente!) troquei os freios e um selim novo. O dínamo não funcionava havia muito tempo, comprei uma lâmpada nova, mas mesmo assim não adiantou. Estava um tanto quanto nervoso já que a bike não era minha. Na última sexta-feira o Thijs e a Debbie passaram lá em casa pra tomar chá com a Dona Pieterese e pegar a bicicleta de volta.

Os dois foram super trânqüilos e falaram que eu não precisa ter gasto tanto dinheiro consertando a bicicleta! Ficaram com as peças antigas e falaram que já tiveram um problema parecido no dínamo e sabiam como consertar. A Dona Pieterese nos mostrou um vegetal que apesar do gosto não ser lá essas coisas, tem uma forma bem diferente e só por isso volta e meia ela compra na feira. Entreguei pra ela tudo o que eu não ia levar comigo: abóbora, sal, açúcar, mantega e uma caixinha de molho de tomate, este último ela não entendeu direito pra que serve ou o que era (!), mas ficou de experimentar um dia na sopa. Sem grandes problemas na passagem de volta ao Brasil, tirando o fato que meu passaporte tinha expirado e entrei no país como turista (salve dupla cidadania!) pra não pagar multa.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Última semana em Arnhem

Como precisava imprimir e escanear uns documentos pra faculdade, dei as caras na KEMA na própria terça-feira só para usar os equipamentos. A surpresa foi geral, perguntaram se estava tudo bem, e blablabla. Despedi como se fosse a última vez pela segunda vez (a primeira foi na semana passada, antes da desastrosa viagem à Arábia Saudita). No dia seguinte tive uma entrevista no departamento que a Jihane me indicou, e dei outro pulo no escritório, tentei me despedir mais uma vez, mas dessa vez ninguém levou muito a sério. E hoje, do nada o meu supervisor me liga me 'lembrando' da entrevista no nosso departamento, e ficaram de repassar o meu currículo para a KEMA Brasil.

Agora estou fazendo hora no escritório pra almoçar no refeitório com o pessoal, depois vou checar a feira na cidade, e de tardinha a Debbie e o namorado dela vão passar lá em casa pra tomar chá e devolver a bicicleta. No meio tempo vou arrumar as malas e me preparar para a apresentação da tese de mestrado nessa madrugada. O tempo passou voando essa semana, mas também não vejo a hora de voltar pro Brasil. Amanhã de tardinha já começa a viagem de volta pra casa!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Então é natal...

Óbvio que a minha orientadora não ficou nem um pouco feliz com o fato de eu ter sido deportado no dia da minha defesa, ainda mais já que foi ela quem pagou pela minha passagem e do meu supervisor da KEMA, e me mandou um e-mail lembrando que era minha responsabilidade checar o visto. Aparentemente um dos membros da banca ficou um tanto quanto aborrecido com o caso, e ainda mais a minha orientadora que gosta de fazer tudo certinho... Inicialmente me disseram que eu não defenderia mais nada, agora acabei de receber um e-mail marcando uma conferência via internet pras 6h da manhã do sábado, dia que eu viajo de volta pro Brasil, mas claro que a minha única opção era aceitar.

Dia 5 de dezembro é quando há a troca de presentes na Holanda. Vi um papai Noel chegando de bicicleta numa escola, e na KEMA recebemos um chocolatezinho acompanhado de um poema em holandês, aparentemente uma tradição daqui. Hoje ainda tive uma entrevista no departamento de testes e certificações de protocolos, e preciso enviar um follow-up. Estou novamente sem internet em casa, desconfio que o meu colega de quarto anda exagerando nos downloads ou algo assim. Sábado tive com religar o modem, só queria que ele admitisse o abuso, porque como sou sempre eu que conserto, a Dona Pieterese acha que eu sou o único responsável/culpado.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sem visto e sem celular

Como os árabes arrancaram o visto do meu passaporte, acredito que não vou poder voltar pra Arábia tão cedo. Gastei todo o crédito do meu celular ligando pro universidade, acreditando que eles poderiam me ajudar com a imigração, agora já estava num ônibus atravessando metade do continente, sequer tendo avisado meus pais que eu tinha sido deportado. Do nada eu recebo uma mensagem da Vodafone dizendo que poderia fazer um empréstimo de 3€, a ser pago com juros no futuro. Acho que a melhor coisa mesmo foi só ter conseguido falar com os meus pais quando as coisas já estavam encaminhadas, eles iriam ficar super nervosos no outro lado do planeta com as mãos atadas, sem poder fazer nada. A viagem foi longa, perto de Bruxelas pegamos um trânsito digno de São Paulo em dia de chuva por mais de 2h. Fizemos uma parada na capital da União Européia por quase 1h, mas eu estava pensando em tantas coisas que nem me liguei de comer, tampouco sentia fome.

Ao cruzar a fronteira com a Holanda, uma ótima notícia: internet no celular!! Postei no facebook, mandei emails avisando que estava tudo bem, liguei do skype pros meus pais de novo, mas como alegria de pobre dura pouco, em menos de 15 min estorei o meu limite de dados. De Utrecht apanhei o trem de volta pra Arnhem, e cheguei em casa tarde da noite bem abatido. Dei os bonbons belgas da minha professora pra Dona Pieterese e falei que não pude fazer a apresentação do estágio. Surpreendemente ela foi a primeira pessoa que não me perguntou o que eu iria fazer dali pra frente, mas me deu os parabéns, disse que eu iria virar engenheiro de qualquer forma mesmo sem a apresentação, e era isso o que importava! Aproveitei pra consertar a internet, me atualizar dos emails e preparei arroz com feijão pra janta, descobri que mesmo sem perceber estava morto de fome.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Paris em 2h

Apesar de estar a 2 noites sem dormir (a primeira passei no aeroporto de Amsterdam e a segunda na imigração em Jeddah), cheguei em Paris com a corda toda e fui direto no balcão da Air France brigar pelo meu ticket de volta pra Holanda. Fazendo juz à fama dos parisienses, o atendente foi super simpático ao me informar que eu não tinha provas suficientes que tinha sido deportado da Arábia, e sendo assim, eles não eram obrigados a me mandar de volta a Amsterdam. Atravessei o aeroporto todo e fui até o balcão da companhia saudita, ver se eles tinham o tal comprovante. As garotas me atenderam super bem, perguntaram o que eu ia fazer na Arábia, se os meus amigos tavam me esperando na universidade, o que ia fazer com os presentes que levava, e ainda com a apresentação da tese que não fiz??

Aí sim caiu a ficha do que estava acontecendo e o que eu perdi. Ofereceram o telefone, fiz algumas ligações pra universidade na Arábia Saudita, e o lance da passagem pra Amsterdam ia ser mesmo muito complicado. Elas falaram que eu podia apanhar o trem de volta pra casa, mas aquela porcaria do trem-expresso Thalys me pareceu ser mais caro do que passagem aérea. Descobri onde ficava o terminal de ônibus baixo-custo na cidade (um desses locais que ninguém gostaria de conhecer), e cheguei na estação 30 minutos antes da partida para Holanda. Nunca fui muito chegado a cidade da luz, acredito que uns 150-200 anos atrás devia ser mesmo 'o local', onde tudo acontecia, mas eu acho Paris uma cidade super suja, cheia de mendigos e gente sem educação ou arrogante. Depois de tudo o que passou, também não estava de bom-humor e só queria mesmo era voltar pra casa.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Barrado na Arábia

Fiz uma viagem trânquila, sem atrasos, checaram os nossos passaportes antes de embarcarmos e aparentemente estava tudo em ordem. A grande surpresa foi quando cheguei no aeroporto de Jeddah, e o fiscal da imigração ao invés de simplesmente carimbar o meu passaporte, resmungou algo em árabe, me deu um papelzinho em árabe e me apontou pro superior, que falava alguma coisa de inglês. Logo juntou um monte de militares que não falavam uma palavra em inglês mas tentavam se comunicar, dizendo que conheciam, Ronaldo, Kaká, futebol, etc. Na salinha do lado ele disse que o meu visto não era mais válido, expliquei que estava estudando no país e ia defender a minha tese de mestrado, tinha mantido o meu status de residente no país e liguei para a universidade pedindo ajuda.

Logo mandaram um cara da KAUST que falava árabe, pegou os meus documentos, falou com o chefe e os dois sumiram por um instante. Me mandaram sentar num banco do lado de fora com as outras pessoas que também estavam com problema com visto. Não tínhamos mais nome, éramos "os etiópes" (que também não falavam árabe), "o brasileiro", "o turco" (que só falava turco) e "os marroquinos" (que falavam entre si). "Os etiópes" eram cristãos, uma mulher lá com os 50-60 anos e o filho, de 30 e poucos anos, que vinham de uma viagem a negócios em Ghanzou, na China, e planejaram fazer contatos na Arábia antes de retornar a casa. Falavam inglês muito bem e eram super educados. Disseram que os chineses trabalham muito durante o dia, mas a noite parecia que todos saiam pros cafés e restaurantes.

O problema deles é que o fiscal da imigração disse que o visto deles tinha expirado. A mãe era diretora da 'Ethiopian airlines' e bateu de frente com todo mundo pra provar que tinha razão e estava tudo Ok com os documentos deles, e apontava pacientemente as datas para os funcionários. De tempos em tempos passava algum fiscal aparentemente para implicar com eles e dizia que o visto deles tinha acabado. Comigo ninguém falava nada. Não tinha lugar nenhum pra comprar comida nem usar a internet. Dividi com os etiópios os strop-waffles que tinha levado de souveniers para os meus amigos na Arábia. A 'mãe' conseguiu falar com todo mundo no aeroporto, eu estava seguro que a minha universidade estava cuidando de tudo. Uma cena que me chamou a atenção foi quando depois de quase 1h ela saiu de uma sala aos prantos e o filho deu um forte abraço para consolá-la, acredito que seriam extraditados pra Etiópia no dia seguinte simplesmente porque alguém 'resolveu' que o visto não era válido e ponto final.

Nem tive tempo de me despedir, logo (digo, depois de 7h de espera), apareceu um militar com um fuzil e apontou para eu apanhar as minhas malas. Pensei que tinham resolvido o meu problema, mas ele disse algo como eu estava voltando para casa e mostrou um bilhete como o meu nome para Paris (onde fiz uma conexão). Tentei explicar que eu estudava na Arábia Saudita e sequer morava na França, mas ele não falava uma palavra em inglês e não adiantou de nada. Atravessamos todas as filas no aeroporto, e fui escoltado pelo militar até dentro do avião. Como foi tudo muito de repente, a ficha não tinha caído do que estava acontecendo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Despedida

A maior parte dessa semana trabalhei apenas na parte da manhã, reservei o resto do dia para acertar tudo que preciso antes da viagem. Comprei um selim e freios novos pra bicicleta que vou devolver agora, me descredenciei na prefeitura e finalmente fechei a conta no banco. Terça-feira fui chamado para uma janta do grupo jovem KEMA, na verdade era uma confraternização com todos os novos funcionários da empresa que vieram do mundo todo conhecer a sede, várias pessoas da China, Estados Unidos, Alemanha, etc. Sentei do lado de uma garota que já trabalha na KEMA há uns 2-3 anos que diz adorar o Brasil/Rio, e me passou 2 contatos no RH para tentar arranjar uma entrevista já na próxima semana (!).

Essa semana vendi o meu micro-ondas para os estagiários, mas precisei carregá-lo desde lá de casa até a empresa, o que levaria normalmente 20 min, se tornaram 1h, já que a cada 30 segundos precisava apoiá-lo em algum lugar, e mesmo assim ainda estou com os braços doloridos... Hoje é o meu último dia de estágio, comprei um bolo com um desenho do ajudante negro do papai-noel, mas além dele, a Sandra (a outra estagiária) preparou um bolo escrito 'BYE' (Tchau) para a minha despedida. Apesar de estar viajando hoje a noite, sequer comecei a arrumar as malas, e até agora só tenho uma passagem de ida pra Arábia Saudita (!). Tá sendo tudo muita correria (acredito que na Arábia não será muito diferente), mas faço o possível pra que dê tudo certo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Últimos dias

O tempo voa, parece que cheguei na Holanda não faz uma semana... Estou finalmente acertando os últimos detalhes da tese - espero enviar pra banca ainda esse final de semana - e sexta-feira que vem já embarco de volta pra Arábia Saudita para a defesa do mestrado. Ontem apresentei aqui na KEMA o projeto que eu fiz durante o estágio, que serviu como um treino para a próxima semana. Tiveram várias perguntas, depois o meu supervisor me deu uns toques para melhorar a apresentação. Semana que vem espero ser menos corrida, mas ainda vou precisar fechar a conta no banco, avisar a prefeitura de Arnhem que não moro mais aqui, entregar o cartão da empresa, e fazer as malas!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tese x trabalho

Essa semana recebi a minha tese de mestrado com os comentários da minha orientadora. Acredito que pelo fato de ser mulher, saudita e engenheira, ela sente uma necessidade de que tudo saia perfeito, ela analizou o trabalho em cada detalhe, e mandou fazer correções em praticamente todos os parágrafos. Lembro das garotas que se matavam de estudar na faculdade, não que lhes faltasse competências, mas pela oportunidade única que tinham de estudar o que realmente gostavam, apesar de toda pressão da sociedade que mulher deve ficar é em casa, ou no máximo estudar medicina. Mesmo algumas mulheres (especialmente essas de burca) não viam com bons olhos essa liberdade toda. Em menor escala, acabou sobrando pra mim toda essa bobagem de esteriótipos.

Minha idéia inicial era mandar pra banca a tese ainda esse final de semana, mas com todas as correções necessárias, vou precisar de pelo menos uma semana extra. Além disso continuo com os projetos na KEMA (enlouqueceria ficar mais tempo ainda com a tese!). Hoje estava fazendo contato com possíveis parceiros (na Alemanha, Índia, China e Dubai) para a construção de uma usina solar de alguns milhões de watts num país centro-asiático financiado por um grupo de investidores internacional que estamos intermediando. Ligava para o telefone básico mesmo do "Fale conosco" da internet, mas dessa vez ao invés de ficar horas na musiquinha como estamos tão acostumados, logo depois de falar algumas palavrinhas mágicas eles me redirecionavam rapidinho para os altos executivos da empresa.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um visistante da Espanha

Sábado a criançada toda da cidade foi assistir a chegada do São Nicolás (Sinterklaas em holandês). Ao contrário do que poderíamos imaginar, ele não mora no pólo norte, e chegou num barco a vapor vindo da Espanha (?!). Ao invés de gorro, ele usa um chápeu que mais parece ser de bispo. Como ele também não conta com renas mágicas, mas sim com um cavalo branco, ele precisa da ajuda dos Zwarte Pieten pra entregar os presentes pra moçada toda a tempo. Aliás, esses ajudantes são um capítulo a parte, tem a pele toda preta e cabelo bem crespo, mas a maioria que eu vi na rua tinham olhos azuis. Dizem que é por causa do pó que fica impregnado nas chaminés (?!).

No centro de várias cidades da Holanda, há uma grande parada para receber o São Nicolás, e a criançada se fantasia de papai noel ou pintam o rosto de preto pra ficar parecida com os ajudantes. Os pieten passam distribuindo doces só para as crianças boazinhas, entre amendoim, balas e biscoitos. A criançada berra aos prantos 'Piet', e só falta dar pulinhos quando recebem um docinho diferente do normal. Às vezes eles trazem um papel com nomes pra checar se foram boas crianças ou não durante o ano que passou. Postei um vídeo no facebook da parada: http://www.facebook.com/photo.php?v=10150383091378796

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sinal de vida

Sempre que fazemos muita coisa ao mesmo tempo, a internet cai lá em casa. Falar no skype e ver um vídeo ao mesmo tempo parece já ser suficiente pra perder a conexão, às vezes só usando o skype já é o bastante (dependendo do que os meus colegas de casa estão fazendo). Toda vez que eu tive uma parecela de culpa, isto é, estava conectado quando a internet caiu, falei com a Dona Pieterese e religuei o modem, o que não foram poucas vezes. Mas dessa vez foi responsabilidade única e exclusiva dos meus colegas de quarto, já que antes de ir pro trabalho tudo estava funcionando perfeitamente. Tenho esperado pacientemente eles admitirem a culpa e resolver, o problema é que já vai fazer quase uma semana e nada...

Como efeitos colaterais, tenho madrugado todo dia no trabalho pra entrar na internet, mas aqui não posso entrar nem no skype nem no youtube. Não acredito que eu resistirei a um final de semana inteiro sem internet, e provavelmente vou acabar resolvendo isso em breve. Fora isso, foi uma semana muito corrida: sábado teve o aniversário da Debbie, tive duas entrevistas de emprego durante a semana, ontem a minha professora da Arábia Saudita veio visitar a empresa e monitorar o meu trabalho, hoje é o prazo final pra entrega de uns relatórios pra Comissão Européia, e estou pensando em ir a Delft (no outro canto do país) esse final de semana encontrar com o pessoal.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O cachorro novo da Dona Pieterese

Toda noite um dos filhos liga pra Dona Pieterse, segundo ela pra checar se ainda está viva. Esse sábado ela foi pra um conserto e me pediu pra atender o telefone e avisar que estava tudo bem. Super natural foi a resposta do outro lado da linha: 'Ahh tá, eu não sou a filha responsável do dia por saber se a mamãe tá viva ou não, mas valeu!'. Fora isso, essa semana o Tilly teve o pêlo aparado, e parece mesmo outro cachorro! Segundo a Dona Pieterese foi ele quem a reconheceu no veterinário, porque ela já estava de olho em outro cãozinho... Continua chato como sempre, latindo como se fosse uma sirene toda vez que alguém ameaça abrir ou fechar a porta de casa.

Eu não sou muito de pedir favores, mas quem quiser ajudar: a prefeitura do Rio promovendo um site onde as idéias mais votadas virarão aplicativo de celular, e os vencedores ganharão um prêmio em dinheiro. Quem quiser veras minhas propostas, pode clicar no link http://ideias.rioapps.com.br/#/perfil/?/user/1063 O único porém é que pelo menos pra mim levou quase um dia pra receber o e-mail de confirmação do site. Só peço pra serem rápidos, pois o prazo é até dia 8 de novembro! Se passar pra próxima fase, vou tentar desenvolver o aplicativo pra celular.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nova York é aqui!

Resolvi que todo sábado não chuvoso vou explorar uma loja de artigos de segunda mão em alguma cidadezinha próxima, mais como uma desculpa pra conhecer o lugar, e quem sabe não se encontra algo interessante também? Ontem fui até Doesburg de bicicleta, que fica há mais de 20km da minha casa (a mesma distância que ir a Alemanha!). Foi bastante agradável, finalmente encontrei um casaco do meu tamanho (por menos de 5€!), comprei um pote antigo de stroopwafels e outra caneca de 20 centavos pra deixar no trabalho. O que me chamou mesmo a atenção dessa vez foi a quantidade de móveis para casa: mesas, cadeiras, armários super trabalhos, além de todos os cacarecos típicos dessas lojas.

Esse foi um dos domingos em que todas as lojas fecham, e graças à Murphy, óbvio que eu precisava fazer compras justamente nesse dia. Nunca entendi muito bem qual o sentindo por trás disso tudo, mas um supermercado específico em Oosterbeek (cidade vizinha) funciona inclusive nesses domingos, mas só abre de tardinha. E pra quem achava que Arnhem era só mais um suvaquinho isolado de tudo e de todos, descobri que também há uma versão do grupo 'Occupy Wall Street' no centro da cidade. Juntamente com o conjunto de prédios World Trade Center Arnhem, agora sim me sinto praticamente em Nova York.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pior que tá não fica

Como todo bom estudante sabe, macarrão é sempre uma das opções mais atraentes: rápido e fácil de fazer. O único fator que pode se tornar complicante é o molho. Como eu tinha comprado uma sopa de brócolis instantânea em pó, resolvi unir o útil ao agrável: fiz a sopa com um pouco menos de água que o recomendado, coloquei iogurte, um pouco de sal e pimenta e virei tudo no macarrão. Infelizmente a experiência culinária não saiu exatamente como esperado. Partindo do princípio 'pior que tá não fica', resolvi juntar um molho chinês agridoce que nunca fui muito com a cara. Pior não ficou, mas ainda sobrou um bocado na geladeira...

Parece que essa foi a semana dos estagiários. A tal polonesa que estava pra chegar é na verdade húngara, e parece que demoraram 2 semanas pra ela conseguir o tal registro na cidade. Assim como o mexicano, ela está morando a quase 20km daqui, também em Wageningen (Deus sabe por quê!). O supervisor alocou ela na nossa sala, e me avisou que conectar a internet no meu laptop vai contra as normas da empresa. Agora vou ter que negociar com o meu chefe o que fazer quando precisar usar o skype... Fora isso, consegui finalmente tirar a foto do cara que anda numa cama ao invés de cadeira de rodas.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estagiário novo

Estava mostrando o baralho de 20 centavos que eu tinha comprado no final de semana pro Evan quando do nada chegou o Martijn apresentando um novo estagiário. Tentamos disfarçar as cartas do jeito que deu, mas não sei se pareceu muito convincente. Aparentemente estavam na dúvida se com um visto de estudante o Alvín poderia ou não fazer estágio, e de repente descobriram que não havia problema nenhum e ontem mesmo ele começou. Era meio chato ser o único estrangeiro no almoço porque dificilmente mudam para o inglês só por causa de uma pessoa, e mesmo quando mudam, você se sente super culpado por ser o responsável pela mudança. Agora qualquer coisa podemos revidar em espanhol, hehehe.

Não queria deixar uma má impressão logo no primeiro dia, mas ontem saí meia hora mais cedo para visitar o grande centro de objetos usados em Arnhem (www.2switch.nl). O local é super bacana, e se encontra de tudo: LPs a partir de €0.20, micro-ondas, sofás, louças, talheres, mesas, cadeiras, livros... Esse especificamente era limpíssimo e os preços super em conta, o único porém é que é um tanto quanto difícil encontrar roupas no meu tamanho. Se o tempo continuar legal, vou começar a explorar os centros das cidades vizinhas. Algo que eu comprei recentemente (numa loja, não de segunda-mão!) e que faz uma diferença enorme contra o frio são o que eles chamam de roupas de baixo: ciroulas e camisas de poliéster coladas no corpo.

sábado, 22 de outubro de 2011

Novidades

Encontramos uns posters que por algum motivo do destino estavam na sala dos estagiários, e resolvemos também colocá-los na parede, o que ajudou a nossa sala a ficar cada vez menos séria... Ainda não arrumamos a mesa de ping-pong, mas temos montado freqüentemente uma mesa de futebol de moedas no canto dos chineses. Essa semana um pessoal do andar de baixo veio inspecionar a sala, já que eles precisaram se mudar e estão avaliando as possibilidades. Só que era uma galera velha, provavelmente chata que só vai querer saber de trabalhar o dia todo. A sala é excelente, super bem iluminada, longe o suficiente dos chefes, perto da máquina de cafés, mas fiz propaganda negativa, que o local é super gelado, que daqui a pouco vai lotar de estagiários e que não pára de entrar e sair gente o tempo todo.

A Dona Pieterse me deu dois cachinhos de uva tirados do quintal dela. Estavam bem doces, mas ao contrários das do supermercado, o problema dessas frutas muito naturais é que elas também vem com caroço. Comentei que estava pensando em ir a Elten na Alemanha, pois lá tinha uma loja de segunda-mão com casacos pra frio. Ela me disse que a maioria das roupas dela também são usadas, e que as filhas dela conhecem um monte aqui mesmo em Arnhem. Normalmente são peças muito boas, mas depois de um ou dois anos, o pessoal resolve renovar o guarda-roupa e vende baratíssimo nessas lojas. Vou dar uma garimpada hoje, já que ontem estava fechada.

Coloquei o video do mountain bike na internet, quem quiser conferir segue o link:
http://www.facebook.com/photo.php?v=10150353961673796&set=t.522788795&type=3&theater

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que era

Praqueles que ficaram preocupados sobre o alarme de sexta-feira: não passava de uma simulação, e aparentemente foi pura coincidência ele ter disparado bem no momento que eu abria a porta de emergência (pelo menos prefiro assim acreditar!). Ainda da série de coisas estranhas que acontecem no trabalho, hoje fez um solzão (o que não significa mais de 10°C na Holanda), aproveitamos o bom tempo para almoçar numa mesinha do lado de fora da cantina. De tarde estava sozinho no escritório quando do nada o céu ficou todo preto e começou a chover muito forte e pesado. Em questão de segundos o gramado ficou todo branco com algo não identificado. Quando deu a minha hora de sair do trabalho, o que quer que fosse já tinha derretido, e agora nunca vou saber se o que caiu era granizo, neve, bolinhas de gelo ou confete...

Aqui em casa a Dona Pieterese já encontrou alguém interessado em alugar o quarto quando eu sair, e deve vir visitá-lo por esses dias, assim estou tentando mantê-lo limpinho dentro do possível. Desde que eu 'consertei' a TV dela (tinha saído para o vídeo, e apertando 2 botões do controle remoto voltou pros canais abertos), e reiniciei a internet, ela me considera o gênio da eletrônica, capaz de consertar qualquer aparelho. Dia desses ela me chamou para ver o que estava errado com o celular que ela começou a usar. Apesar de não falar holandês, saquei que era a bateria que estava morrendo. Sem noção foi a resposta dela: 'Mas não é possível! Carreguei esse celular não faz 2 semanas...'. Às vezes dá a impressão que a Dona Pieterse vive é em outro universo, mas é mesmo impressioante a velocidade com que tudo mudado.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Na Alemanha pode

Tudo começou há tempos imemoriáveis, quando o marido da Dona Pieterese ainda era vivo e atendeu um paciente com um dente frouxo que pediu uma semana antes de arrancá-lo. Na consulta seguinte, o dente dele estava totalmente Ok. Aparentemente um remédio homeopata foi o que o curou, e desde então a Dona Pieterse guarda o nome desse bendito remédio. Semana passada, diz ela estar com o mesmo problema no dente, e pediu uma semana para o dentista antes de arrancá-lo, pois também tomaria o remédio homeopata. O problema é que atualmente o tal remédio não é mais achado na Holanda, mas ainda se vende na Alemanha e ela andava super preocupada que o frasquinho dela não seria suficiente.

Prometi que se não chovesse no final de semana, iria de bicicleta até a Alemanha. Dito e feito, fui na farmácia local da vilazinha mais próxima da fronteira. Parece outro mundo: ninguém na Alemanha fala inglês, tive que me virar em alemão mesmo com o tiozinho da farmácia. Como até a década de 60 Elten era parte da Holanda, e ainda tem vários holandeses na aldeia, é comum encontrar placas de vende-se na frente das casas nas duas línguas: alemão (zu verkaufen) e holandês (te koop), ou às vezes só em holandês mesmo. Engraçado porque acredito eu que em algumas vilas a população de turcos também forme uma minoria bastante significante, mas aposto que os mesmos alemães que não tem problemas com as placas em holandês, dariam chilique ao se deparar uma placa em turco na Alemanha...


O que me quebrou no sábado é que o pessoal da farmácia me pediu 3h, creio que pra buscar o remédio em outro lugar, ou algo assim, mas não tem absolutamente NADA pra se fazer em Elten. Em menos de 10 minutos já tinha passeado por todas as ruas do lugar. Pra compensar, a Dona Pieterese só faltou dar pulinhos de alegria ao ver o remédio dela. Ela tem um conhecido que possui uma máquina de fazer cópias de comprimidos (!), então sempre que um remédio está acabando, ela dá a pílula para ele e por 11€ o charlatão devolve um pote cheio de placebo, mas que por azar do destino o camarada estava de férias. Ficou impressionada quando eu disse que não existem mais fronteiras com a Alemanha e que ela não precisa de passaporte pra ir pra lá. Como forma de agradecimento, ela foi caminhando com o Tilly num mercado turco lá onde o trem faz a curva (acredito que uns 4km daqui de casa), e me deu de presente um doce que os netos dela adoram.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O que será?

Hoje de manhã tinha soado o alarme de incêndio, aparentemente algum desavisado acendeu um cigarro no corredor ou algo do genêro. Como estava fazendo um solzão lá fora, resolvemos sair pra uma caminhada na hora do almoço, e eu decidi testar a porta que dá para os fundos do nosso prédio. Segundo o Evan tinha uma plaquinha em holandês avisando que aquilo era uma saída de emergência com alarme, e em menos de 10 segundos começou a soar uma sirene! Na dúvida se foi por causa da gente ou não, resolvemos apressar o passo e ir pro mais longe possível. Em questão de minutos apareceram carros dos bombeiros e fecharam a ponte que dá acesso ao prédio.

Como queríamos ver a ação dos bombeiros, demos a volta pelo túnel e encontramos a galera do nosso departamento na direção oposta: o prédio tinha sido evacuado por tempo indeterminado como medida de segurança! Fizemos cara de surpresa, desentendidos. Um dos diretores aproveitou a oportunidade pra mostrar o prédio novo da KEMA onde alguns dos laboratórios vão migrar no ano que vem. Como não encontraram nada de errado, depois de um tempo liberaram o acesso ao prédio, agora com polícia, militares e um pessoal com detectores de metais vasculhando os arredores. É, parece que segurança é levada bem a sério por aqui...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dança do sol

Há mais de uma semana que não a chuva não dá trégua, mas ao contrário de uma estranha cidade ao sul do equador, os holandeses não são feitos de açúcar. O passeio de mountain bike era bem claro que ia acontecer idependente do pé d'água que viesse, e mesmo o arborismo/churrasco de sexta-feira não melou por causa do aguaceiro que caiu. Lembro que no Rio qualquer ameaça de chuvisco metido a besta já era motivo mais do que suficiente pra se cancelar qualquer programa fora de casa. Claro que não é o tempo dos mais agradáveis pra se fazer atividades ao ar livre, mas uma simples capa de chuva já resolve muita coisa, e é suficiente para ir e voltar de bicicleta pro trabalho.

A foto do post de hoje é da praia de rio em Nijmegen, de uns 2 finais de semana atrás, uma longínqua época quando eu vi o sol pela última vez... Ainda estamos no outono e está cada dia mais difícil se desfazer das cobertas nas geladas manhãs para ir trabalhar, dizem as más línguas que o inverno desse ano promete muito frio! Será que alguém aí pode ligar o aquecimento global???

sábado, 8 de outubro de 2011

Arborismo

A sexta-feira começou chuvosa, mas mandaram um e-mail confirmando a viagem a Apeldoorn. Um pouco antes de meio-dia eu e o novo estagiário abandonamos sorrateiramente os nossos postos para procurar por caronas para o passeio. Tão surpreso quanto eu estava o meu chefe ao encontrar comigo. Eu tinha passado o dia inteiro quieto na minha sala porque não queria que me passassem nada pra fazer de tarde, provavelmente ele pensou a mesma coisa, e não comentou nada do passeio porque não sabia se eu também tinha recebido o e-mail ou não. Praticamente o nosso departamento todo debandou do trabalho, e nos espalhamos numa meia dúzia de carros.

Os holandeses idolatram demais a virgem del Punho, e o pessoal do meu trabalho não é nenhuma exceção. Paramos no estacionamento grátis do albergue StayOk e fomos andando até o parque (onde o estacionamento era pago). Na verdade não íamos fazer trilha, mas sim arvorismo! O instrutor mostrou como usar o equipamento (pregue os mosquetões na corda, e pronto!), daí em diante era cada um por si, íamos para as árvores sozinhos e ninguém tomava conta se você estava amarrado certinho ou não, as instruções já tinham sido dadas. Haviam vários pontos de tirolesa, caminhos sobre os troncos, redes, e até bungee-jumping! Em geral eu não tenho medo de altura, mas que dá um friozinho na barriga lá de cima dá, principalmente antes de pular do bungee-jumping...

Depois de fazer várias rotas com direto a paradas para café (bem ao estilo à la KEMA), fomos todos para o tão esperado churrasco, com direito a cervejas e tudo mais pago pela empresa! Ainda tivemos o after-party na casa de um dos diretores que morava perto, com direito a (mais!) cervejas e petiscos. Achei curioso como todo mundo tirou os sapatos antes de entrar na casa e umas 9h30 todos debandaram. Voltei de carona até a KEMA, onde mais uma galera também tinha deixado a bicicleta.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Novo estagiário

O Evans estudou na mesma faculdade que o Gerard (em Enschede, do outro lado do país) e leva bem umas 3 horas todo dia no trem vindo pro trabalho. Mas já na primeira semana tratou de negociar com o supervisor dele pra contar também as horas que ele passa no trem lendo o material (ha!). Gente fina, mas já me arrependi de ter ensinado a jogar futebol de moedas (não temos mais ping-pong!), e agora qualqer coisa é motivo pra mais uma pausa! Comentei que eu fiz o mestrado na Arábia Saudita, e agora ele está decidido que também vai mandar o currículo para a KAUST.

Em geral eu deleto sem ler todos os e-mails que eu recebo em holandês, trato como se enviaram pra mim por engano e ponto. Num desses tinha algo sobre um passeio/escalada em Apeldoorn amanhã no horário do trabalho, o que obviamente não passou despercebido pelo Evan. Decidimos (sem consultar nossos chefes) que sexta-feira nosso turno de trabalho acabara antes das 12h, independente do que estivermos fazendo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sobe, desce, sobe...

Depois que os franceses e o Huib saíram da sala dos estagiários, passei um bom tempo sozinho no escritório. No início me sentia o rei do pedaço, mas é muito chato passar o dia todo sem falar com ninguém... Logo que eu voltei de Portugal, meu chefe tratou de me realocar pra sala onde ficava o Gerard no subsolo (foto ao lado). Dividi a sala com o Kees, gente boa, fala até um pouco de português, mas depois de uma semana saiu de férias e não voltou mais. Essa segunda finalmente chegou o novo estagiário, e fomos realocados pra sala do segundo andar. A grande vantagem de trabalhar lá embaixo é que eu estava no mesmo corredor de todo mundo, mas pra compensar era super barulhento, pegava bem menos sol e ficava de frente pro banheiro...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Clínica de Mountain Bike

A Young KEMA (grupo de jovens da empresa) colocou o cartaz no local mais visível possível: bem em frente a máquina de cafés. Mandei um e-mail perguntando se como estagiário também poderia participar, e fui sondar a Dona Pieterese onde alugar uma mountain bike for um dia em Suvaquinho. A resposta da Young KEMA veio rápido: sem problemas pra participar, eles arranjariam uma bicicleta para mim e ainda teria direito a participar do jantar chinês encerrando o dia (sim, comida grátis!).

Levei meu capacete, bermuda de ciclista e óculos de sol tudo escondido na mochila. Almocei com meus chefes e avisei que sairia um pouco mais cedo naquele dia. Na clínica tinha um mexicano que fez faculdade em Delft, mora na Holanda há 6 anos e também não falava holandês, assim nosso instrutor repetia todas as informações em inglês. Passamos por caminhos super divertidos na floresta aqui perto, aprendemos vários truques como andar sobre raízes, pular troncos, etc.. Depois do passeio, a tão esparada janta: um verdadeiro exagero de comida! Mas tudo o que sobrou (que não foi pouco!) foi direto pra lata do lixo. Segundo os holandeses a comida estragaria mesmo pro dia seginte, ainda mais em se tratando de chineses...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bélgica num dia

Apesar das desventuras com os trens, estávamos tão felizes que finalmente havíamos chegado na Bélgica, que todos esqueceram dos recentes acontecimentos na estação de trem. Também não tínhamos hora marcada pra nada, estávamos de folga e a última coisa que queríamos eram preocupações! Nossa primeira parada foi em Antwerp, um importante porto e centro comercial, famoso pelos diamentes. Dali pra baixo foi o que os espanhóis chamaram de Bélgica (católicos), e dali pra cima, Holanda (protestantes). Mesmo sendo domingo, a cidade estava cheia, e tinha um evento super bacana de vários tipos de bicicleta por todo canto.

Demos uma volta pelo centro antigo, a catedral, praças, oficinas de bicicleta, lutas de sumô para crianças... O que me chamou a atenção em Antwerp foram as pessoas vendendo itens de segunda mão nas calçadas (ok,à lá estilo camelô mesmo). Muita tralha, mas também tinha coisa interessante e de qualidade no meio, a Chandni comprou um tigrão de pelúcia por algo como 1 ou 2€. Como estávamos contra o relógio, apanhamos o trem para Gent. A cidade é repleta de construções medievais, e consegue manter a atmosfera estudantil mesmo nos finais de semana. Fomos uns dos últimos a visitar o castelo da cidade, que fica cercado por canais. Subitamente nos recordamos da experiência de ida, e resolvemos apanhar o penúltimo trem de volta a Holanda, mas dessa vez chegamos em casa sem maiores incidentes.

sábado, 24 de setembro de 2011

Fim de semana com Pati e Chandni

Pra quem não se lembra: Chandni é a indiana que estudou comigo nos Estados Unidos e os pais vieram transferidos para a Holanda no meio do ano passado. Ela é super gente fina, mas um tanto quanto enrolada com trens! Ano passado nos encontramos em Delft também para uma viagem a Bélgica e perdemos 3 trens seguidos! Esse final de semana ela conseguiu chegar aqui em suvaquinho perdendo 'apenas' uma conexão em Utrecht. Fizemos um pacote de pão-de-queijo que meus pais trouxeram no forno/micro-ondas do meu colega de quarto e tomamos uma latinha de guaraná que eu comprei no aeroporto de Portugal. Ela estava super nervosa que o boletim da faculdade sairia no sábado e não parava de acessar a internet.

Deixamos ela no trem para Utrecht, mas não contávamos com Murphy. No meio do caminho os pais dela ligaram avisando que o boletim tinha saído e que ela tinha mandado super bem! Saltou ali mesmo numa estação minúscula no meio do caminho, provavelmente achando que já estava em Utrecht. Pegou o trem seguinte da estação fantasma, mas acabou cochilando no vagão e perdendo a estação que ia saltar. Quando passou o fiscal pedindo os bilhetes, ficou supreso como alguém podia estar tão errado, escreveu algo em holandês na passagem dela e mandou pegar o trem no sentido inverso para Utrecht (fácil, não?). Ela pegou o trem na plataforma certa, o problema é que era um daqueles grandes que se dividem para 2 locais diferentes, e adivinha em que metade ela estava? Ela bem que tentou atravessar para a metade certa, mas é impossível com o trem andando... Depois passou outro fiscal e começou a gargalhar com o que o fiscal número 1 escreveu no bilhete dela.

No dia seguinte, Murphy iria aprontar é comigo e com a Pati. Nosso plano era apanhar o primeiro trem para a Bélgica. O problema é que eu esqueci de ativar o alarme no meu celular e acordei espontaneamente (coisa que nunca ia acontecer com a minha querida irmã!) uns 10 ou 15 minutos antes do trem sair. No susto, colocamos a primeira roupa e disparamos para a estação. Perdemos trem de qualquer jeito, mas tudo bem, a Chandni também tinha chegado super tarde em casa e só ia apanhar o próximo mesmo. Como na cidade onde faríamos a conexão tínhamos quase 1h para matar, eesolvi explorar com a Pati. Descemos uma rua por 10 minutos e resolvemos voltar por uma paralela, que pelo visto não era tão paralela assim! Corremos muito para chegar a estação a tempo, mas perdemos o trem por uns 5 segundos. Dessa vez achamos mais seguro não sair sequer da nossa plataforma pelos próximos 60 minutos, e assim chegamos na Bélgica mais de 3h depois do previsto!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bola pra frente

Entre todas as pessoas que eu conheço, sem sombra de dúvidas a Dona Pieterese é a que mais gosta de vida, em todas as suas formas. Semana passada ela comentou com um sorriso de orelha a orelha que a filha dela tinha vindo passar uns dias em casa, e com a minha irmã no meu quarto, a casa estava cheia de novo! Além dos gatos e do seu inseparável cãozinho, ela também tem um estranho carinho pelas lesmas e caramujos que ajudam a povoar o quintal. O problema é que uma árvore enorme do jardim dela estava doente já há algum tempo, e ela avisou a prefeitura que algum galho poderia cair na rua e acabar machucando alguém. Essa segunda-feira eles finalmente enviaram um pessoal.

Em questão de instantes aquela frondosa e imponente árvore de mais de 50 anos desapareceria para sempre do quintal. A própria prefeitura enviou um formulário a Dona Pieterese querendo saber o que ela faria no local. Se comprometeu no documento a plantar outra árvore, e assim que os técnicos saíram de casa, ela foi junto com o seu cãozinho Tilly a procura de brotinhos no caminho. Chega a ser engraçado como certas coisas mexem mesmo com as pessoas, desde que cortaram a árvore ela tem andado super abatida, a impressão que dá é que arrancaram um pedaço dela junto com a árvore. O lado bom é que um filho ou neto tem aparecido todo santo dia para dar apoio. Melhoras D. Pieterese!