sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dinâmicas de grupo

Não sei se é por causa da crise ou o quê, mas sempre que posto sobre entrevistas de emprego, bombam comentários no blog rapidinho. Depois de toda dinâmica eu sempre faço uma avaliação do que deu certo e do que não funcionou tão bem assim. Nessa última de Macaé, além do óbvio (baixar e ler o relatório anual da empresa, pesquisar na internet e checar no glassdoor.com), também falei com vários amigos que já tinham feito o processo. Ajuda muito não chegar de surpresa.

Falaram que numa das atividades chegavam berrando e perguntava se estava todo mundo com os equipamentos de segurança, ao responder que sim, soltavam uma bronca que você não estava sendo nada responsável, pois um dos recrutadores mais afastado não estava usando capacete e é de sua responsabilidade a segurança de todos. Minha amiga disse que ela foi até o recrutador e pediu gentilmente que ele colocasse o capacete, acabou tomando uma bronca gigantesca na frente de todo mundo que não é pra solicitar o cumprimento de normas de segurança que nem uma florzinha.

Com tudo isso que os meus amigos me falaram, tentei sempre mostrar segurança, sendo bastante firme em tudo o que eu falava, mas acho que isso pode ter parecido arrogância e inflexibilidade. Comentei discretamente com os candidatos tudo o que eu sabia do processo, e acho que isso foi um ponto positivo, a galera era muito gente boa e todo mundo se ajudava no que dava. Como já tinha recebido a proposta da minha empresa e não pretendia trocá-la, o fato de não ter mostrado tanta motivação também deve ter pesado contra. Mas além da experiência toda em si - que eu aprendi bastante -, valeu a pena ter feito vários contatos, continuo falando com uma galera dessas dinâmicas via facebook.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Rio, estado da bicicleta

Segunda passada teve um café da manhã num hotel aqui em Copacabana com vários 'xerifes' do Estado e do município do Rio de Janeiro apresentando soluções para melhorar o transporte com bicicletas, bastante chapa branca, mas teve muita coisa legal. Devem lançar em breve uma ciclovia ligando a Praça Saens Peña à Praça XV e doar não sei quantas bikes na estação de trem de Queimados. O cônsul da Holanda no Rio falou de algumas iniciativas e do apoio a políticas públicas na cidade. Também falaram do World Bike Tour, um passeio ciclístico com inscrições de R$200 que incluiam capacete, camiseta e a própria bicicleta. Eu fui convidado por causa do mapa que fizemos na Transporte Ativo, que mostra bicicletários, pontos de aluguel, oficinas, ciclovias, entre outros, mas nossa apresentação acabou cortada.

Aproveitei pra trocar contatos com uma galera super gente fina e me inscrevi em algumas listas de e-mails. Descobri por exemplo que haviam sobrado vagas pro passeio de domingo e estavam vendendo as últimas bicicletas. Corri e comprei uma incrição para mim e para o meu pai. Pelo preço que pagamos, as bicicletas valeram muito a pena! A cidade também saiu ganhando, afinal, vieram mais 6 mil bicicletas para as ruas. Talvez um pouco menos, pois eram incontáveis os paulistas que estavam amarrando as bikes no carro e levando tudo pra Sampa... Como eu já tenho uma bicicleta, passei a que eu ganhei pro meu primo, que agora está trabalhando mais perto de casa e acho que precisava de um empurrãozinho pra largar essa dependência dos ônibus.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Em território Inimigo II

Voltamos pro hotel, todo mundo ainda com os berros dos recrutadores na cabeça ('Por que você não tá fazendo nada? Mas você não é engenheiro elétrico, e como é que não sabe mexer com isso?? É pra ontem, PORRA!!!'). Fomos divididos e recebemos um case de 5 páginas em inglês e um papel para cada membro do grupo: gerente de RH, chefe de finanças, especialista em segurança, etc. Era um caso real de uma situação bem complicada: 2 engenheiros sêniores brigaram na plataforma pela cama de baixo da beliche e um deu uma martelada no outro; claro que a operadora da sonda exigiu que os dois saíssem imediatamente e realocassem outra pessoa, só que o único cara disponível da empresa estava virado de outro trabalho e com férias planejadas há tempos, e uma outra engenheira estava fora do país e levaria 2 dias para chegar.

Depois de ler o caso e discutir uma solução com o grupo, fomos chamados para entrar na sala, onde os recrutadores simulavam os clientes. Apresentamos o caso, tudo em inglês, ressaltamos que isso nunca aconteceu antes na história da empresa, estávamos tomando medidas para punir os brigões e alterar o treinamento para embarcar. Enviaríamos o cara virado, mas contando que ele pudesse descansar 6h na plataforma antes de começar, por questões de segurança já que é um trabalho que exige muita atenção. Claro que não esperávamos ser tratados com muita simpatia, mas nos cortaram no meio das nossas falas, nos chamando de incompetentes, que não sabíamos o que estávamos fazendo, não deveriam nunca ter nos contratado, que isso não era solução porcaria nenhuma, que eles precisavam de um cara agora, não iam pagar pra ninguém ficar dormindo, era dinheiro deles e problema nosso! Tentei retrucar que simplesmente não tinha mais ninguém da empresa disponível que soubesse fazer o trabalho, mas fui interrompido novamente por um dos recrutadores que bateu forte com a mão fechada na mesa e soltou um bocado de palavrões que isso era inaceitável, e blablabla. Final das contas: sugeriram a gente pagar uma multa de 12h de perfuração (cerca de meio milhão de dólares), e eu (chefe de finanças) topei na mesma hora sem consultar o resto do grupo, que no final também concordou.

Todas as apresentações foram parecidas, descascavam em cima de todo mundo independente do que fizessem. Finalmente fomos todos comer, já morrendo de fome. Depois do longo jantar, a surpresa: tínhamos que ler um artigo de 12 páginas com letras miúdas em inglês e montar uma apresentação e como vamos relatar a experiência para às 6h do dia seguinte. Tirei xerox do artigo pro meu grupo na recepção do hotel e nos juntamos para montar os slides no meu quarto. A última pessoa saiu do meu quarto às 4h50 e eu acordei às 5h15 pra tomar banho e me preparar. Como via de regra, todas as apresentações eram em inglês e assistimos de todo mundo. Depois do almoço rolaram as entrevistas induviduais e só umas 18h é que fomos liberados. Se não contar os 20 min que cochilei de madrugada, dá umas 40h acordado direto, cheio de estresse! Como eu disse, nada como passar 2 dias trânqüilos num hotel cheio de estrelas de frente para a melhor praia de Macaé :-)