segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nova York é aqui!

Resolvi que todo sábado não chuvoso vou explorar uma loja de artigos de segunda mão em alguma cidadezinha próxima, mais como uma desculpa pra conhecer o lugar, e quem sabe não se encontra algo interessante também? Ontem fui até Doesburg de bicicleta, que fica há mais de 20km da minha casa (a mesma distância que ir a Alemanha!). Foi bastante agradável, finalmente encontrei um casaco do meu tamanho (por menos de 5€!), comprei um pote antigo de stroopwafels e outra caneca de 20 centavos pra deixar no trabalho. O que me chamou mesmo a atenção dessa vez foi a quantidade de móveis para casa: mesas, cadeiras, armários super trabalhos, além de todos os cacarecos típicos dessas lojas.

Esse foi um dos domingos em que todas as lojas fecham, e graças à Murphy, óbvio que eu precisava fazer compras justamente nesse dia. Nunca entendi muito bem qual o sentindo por trás disso tudo, mas um supermercado específico em Oosterbeek (cidade vizinha) funciona inclusive nesses domingos, mas só abre de tardinha. E pra quem achava que Arnhem era só mais um suvaquinho isolado de tudo e de todos, descobri que também há uma versão do grupo 'Occupy Wall Street' no centro da cidade. Juntamente com o conjunto de prédios World Trade Center Arnhem, agora sim me sinto praticamente em Nova York.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pior que tá não fica

Como todo bom estudante sabe, macarrão é sempre uma das opções mais atraentes: rápido e fácil de fazer. O único fator que pode se tornar complicante é o molho. Como eu tinha comprado uma sopa de brócolis instantânea em pó, resolvi unir o útil ao agrável: fiz a sopa com um pouco menos de água que o recomendado, coloquei iogurte, um pouco de sal e pimenta e virei tudo no macarrão. Infelizmente a experiência culinária não saiu exatamente como esperado. Partindo do princípio 'pior que tá não fica', resolvi juntar um molho chinês agridoce que nunca fui muito com a cara. Pior não ficou, mas ainda sobrou um bocado na geladeira...

Parece que essa foi a semana dos estagiários. A tal polonesa que estava pra chegar é na verdade húngara, e parece que demoraram 2 semanas pra ela conseguir o tal registro na cidade. Assim como o mexicano, ela está morando a quase 20km daqui, também em Wageningen (Deus sabe por quê!). O supervisor alocou ela na nossa sala, e me avisou que conectar a internet no meu laptop vai contra as normas da empresa. Agora vou ter que negociar com o meu chefe o que fazer quando precisar usar o skype... Fora isso, consegui finalmente tirar a foto do cara que anda numa cama ao invés de cadeira de rodas.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estagiário novo

Estava mostrando o baralho de 20 centavos que eu tinha comprado no final de semana pro Evan quando do nada chegou o Martijn apresentando um novo estagiário. Tentamos disfarçar as cartas do jeito que deu, mas não sei se pareceu muito convincente. Aparentemente estavam na dúvida se com um visto de estudante o Alvín poderia ou não fazer estágio, e de repente descobriram que não havia problema nenhum e ontem mesmo ele começou. Era meio chato ser o único estrangeiro no almoço porque dificilmente mudam para o inglês só por causa de uma pessoa, e mesmo quando mudam, você se sente super culpado por ser o responsável pela mudança. Agora qualquer coisa podemos revidar em espanhol, hehehe.

Não queria deixar uma má impressão logo no primeiro dia, mas ontem saí meia hora mais cedo para visitar o grande centro de objetos usados em Arnhem (www.2switch.nl). O local é super bacana, e se encontra de tudo: LPs a partir de €0.20, micro-ondas, sofás, louças, talheres, mesas, cadeiras, livros... Esse especificamente era limpíssimo e os preços super em conta, o único porém é que é um tanto quanto difícil encontrar roupas no meu tamanho. Se o tempo continuar legal, vou começar a explorar os centros das cidades vizinhas. Algo que eu comprei recentemente (numa loja, não de segunda-mão!) e que faz uma diferença enorme contra o frio são o que eles chamam de roupas de baixo: ciroulas e camisas de poliéster coladas no corpo.

sábado, 22 de outubro de 2011

Novidades

Encontramos uns posters que por algum motivo do destino estavam na sala dos estagiários, e resolvemos também colocá-los na parede, o que ajudou a nossa sala a ficar cada vez menos séria... Ainda não arrumamos a mesa de ping-pong, mas temos montado freqüentemente uma mesa de futebol de moedas no canto dos chineses. Essa semana um pessoal do andar de baixo veio inspecionar a sala, já que eles precisaram se mudar e estão avaliando as possibilidades. Só que era uma galera velha, provavelmente chata que só vai querer saber de trabalhar o dia todo. A sala é excelente, super bem iluminada, longe o suficiente dos chefes, perto da máquina de cafés, mas fiz propaganda negativa, que o local é super gelado, que daqui a pouco vai lotar de estagiários e que não pára de entrar e sair gente o tempo todo.

A Dona Pieterse me deu dois cachinhos de uva tirados do quintal dela. Estavam bem doces, mas ao contrários das do supermercado, o problema dessas frutas muito naturais é que elas também vem com caroço. Comentei que estava pensando em ir a Elten na Alemanha, pois lá tinha uma loja de segunda-mão com casacos pra frio. Ela me disse que a maioria das roupas dela também são usadas, e que as filhas dela conhecem um monte aqui mesmo em Arnhem. Normalmente são peças muito boas, mas depois de um ou dois anos, o pessoal resolve renovar o guarda-roupa e vende baratíssimo nessas lojas. Vou dar uma garimpada hoje, já que ontem estava fechada.

Coloquei o video do mountain bike na internet, quem quiser conferir segue o link:
http://www.facebook.com/photo.php?v=10150353961673796&set=t.522788795&type=3&theater

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que era

Praqueles que ficaram preocupados sobre o alarme de sexta-feira: não passava de uma simulação, e aparentemente foi pura coincidência ele ter disparado bem no momento que eu abria a porta de emergência (pelo menos prefiro assim acreditar!). Ainda da série de coisas estranhas que acontecem no trabalho, hoje fez um solzão (o que não significa mais de 10°C na Holanda), aproveitamos o bom tempo para almoçar numa mesinha do lado de fora da cantina. De tarde estava sozinho no escritório quando do nada o céu ficou todo preto e começou a chover muito forte e pesado. Em questão de segundos o gramado ficou todo branco com algo não identificado. Quando deu a minha hora de sair do trabalho, o que quer que fosse já tinha derretido, e agora nunca vou saber se o que caiu era granizo, neve, bolinhas de gelo ou confete...

Aqui em casa a Dona Pieterese já encontrou alguém interessado em alugar o quarto quando eu sair, e deve vir visitá-lo por esses dias, assim estou tentando mantê-lo limpinho dentro do possível. Desde que eu 'consertei' a TV dela (tinha saído para o vídeo, e apertando 2 botões do controle remoto voltou pros canais abertos), e reiniciei a internet, ela me considera o gênio da eletrônica, capaz de consertar qualquer aparelho. Dia desses ela me chamou para ver o que estava errado com o celular que ela começou a usar. Apesar de não falar holandês, saquei que era a bateria que estava morrendo. Sem noção foi a resposta dela: 'Mas não é possível! Carreguei esse celular não faz 2 semanas...'. Às vezes dá a impressão que a Dona Pieterse vive é em outro universo, mas é mesmo impressioante a velocidade com que tudo mudado.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Na Alemanha pode

Tudo começou há tempos imemoriáveis, quando o marido da Dona Pieterese ainda era vivo e atendeu um paciente com um dente frouxo que pediu uma semana antes de arrancá-lo. Na consulta seguinte, o dente dele estava totalmente Ok. Aparentemente um remédio homeopata foi o que o curou, e desde então a Dona Pieterse guarda o nome desse bendito remédio. Semana passada, diz ela estar com o mesmo problema no dente, e pediu uma semana para o dentista antes de arrancá-lo, pois também tomaria o remédio homeopata. O problema é que atualmente o tal remédio não é mais achado na Holanda, mas ainda se vende na Alemanha e ela andava super preocupada que o frasquinho dela não seria suficiente.

Prometi que se não chovesse no final de semana, iria de bicicleta até a Alemanha. Dito e feito, fui na farmácia local da vilazinha mais próxima da fronteira. Parece outro mundo: ninguém na Alemanha fala inglês, tive que me virar em alemão mesmo com o tiozinho da farmácia. Como até a década de 60 Elten era parte da Holanda, e ainda tem vários holandeses na aldeia, é comum encontrar placas de vende-se na frente das casas nas duas línguas: alemão (zu verkaufen) e holandês (te koop), ou às vezes só em holandês mesmo. Engraçado porque acredito eu que em algumas vilas a população de turcos também forme uma minoria bastante significante, mas aposto que os mesmos alemães que não tem problemas com as placas em holandês, dariam chilique ao se deparar uma placa em turco na Alemanha...


O que me quebrou no sábado é que o pessoal da farmácia me pediu 3h, creio que pra buscar o remédio em outro lugar, ou algo assim, mas não tem absolutamente NADA pra se fazer em Elten. Em menos de 10 minutos já tinha passeado por todas as ruas do lugar. Pra compensar, a Dona Pieterese só faltou dar pulinhos de alegria ao ver o remédio dela. Ela tem um conhecido que possui uma máquina de fazer cópias de comprimidos (!), então sempre que um remédio está acabando, ela dá a pílula para ele e por 11€ o charlatão devolve um pote cheio de placebo, mas que por azar do destino o camarada estava de férias. Ficou impressionada quando eu disse que não existem mais fronteiras com a Alemanha e que ela não precisa de passaporte pra ir pra lá. Como forma de agradecimento, ela foi caminhando com o Tilly num mercado turco lá onde o trem faz a curva (acredito que uns 4km daqui de casa), e me deu de presente um doce que os netos dela adoram.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O que será?

Hoje de manhã tinha soado o alarme de incêndio, aparentemente algum desavisado acendeu um cigarro no corredor ou algo do genêro. Como estava fazendo um solzão lá fora, resolvemos sair pra uma caminhada na hora do almoço, e eu decidi testar a porta que dá para os fundos do nosso prédio. Segundo o Evan tinha uma plaquinha em holandês avisando que aquilo era uma saída de emergência com alarme, e em menos de 10 segundos começou a soar uma sirene! Na dúvida se foi por causa da gente ou não, resolvemos apressar o passo e ir pro mais longe possível. Em questão de minutos apareceram carros dos bombeiros e fecharam a ponte que dá acesso ao prédio.

Como queríamos ver a ação dos bombeiros, demos a volta pelo túnel e encontramos a galera do nosso departamento na direção oposta: o prédio tinha sido evacuado por tempo indeterminado como medida de segurança! Fizemos cara de surpresa, desentendidos. Um dos diretores aproveitou a oportunidade pra mostrar o prédio novo da KEMA onde alguns dos laboratórios vão migrar no ano que vem. Como não encontraram nada de errado, depois de um tempo liberaram o acesso ao prédio, agora com polícia, militares e um pessoal com detectores de metais vasculhando os arredores. É, parece que segurança é levada bem a sério por aqui...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dança do sol

Há mais de uma semana que não a chuva não dá trégua, mas ao contrário de uma estranha cidade ao sul do equador, os holandeses não são feitos de açúcar. O passeio de mountain bike era bem claro que ia acontecer idependente do pé d'água que viesse, e mesmo o arborismo/churrasco de sexta-feira não melou por causa do aguaceiro que caiu. Lembro que no Rio qualquer ameaça de chuvisco metido a besta já era motivo mais do que suficiente pra se cancelar qualquer programa fora de casa. Claro que não é o tempo dos mais agradáveis pra se fazer atividades ao ar livre, mas uma simples capa de chuva já resolve muita coisa, e é suficiente para ir e voltar de bicicleta pro trabalho.

A foto do post de hoje é da praia de rio em Nijmegen, de uns 2 finais de semana atrás, uma longínqua época quando eu vi o sol pela última vez... Ainda estamos no outono e está cada dia mais difícil se desfazer das cobertas nas geladas manhãs para ir trabalhar, dizem as más línguas que o inverno desse ano promete muito frio! Será que alguém aí pode ligar o aquecimento global???

sábado, 8 de outubro de 2011

Arborismo

A sexta-feira começou chuvosa, mas mandaram um e-mail confirmando a viagem a Apeldoorn. Um pouco antes de meio-dia eu e o novo estagiário abandonamos sorrateiramente os nossos postos para procurar por caronas para o passeio. Tão surpreso quanto eu estava o meu chefe ao encontrar comigo. Eu tinha passado o dia inteiro quieto na minha sala porque não queria que me passassem nada pra fazer de tarde, provavelmente ele pensou a mesma coisa, e não comentou nada do passeio porque não sabia se eu também tinha recebido o e-mail ou não. Praticamente o nosso departamento todo debandou do trabalho, e nos espalhamos numa meia dúzia de carros.

Os holandeses idolatram demais a virgem del Punho, e o pessoal do meu trabalho não é nenhuma exceção. Paramos no estacionamento grátis do albergue StayOk e fomos andando até o parque (onde o estacionamento era pago). Na verdade não íamos fazer trilha, mas sim arvorismo! O instrutor mostrou como usar o equipamento (pregue os mosquetões na corda, e pronto!), daí em diante era cada um por si, íamos para as árvores sozinhos e ninguém tomava conta se você estava amarrado certinho ou não, as instruções já tinham sido dadas. Haviam vários pontos de tirolesa, caminhos sobre os troncos, redes, e até bungee-jumping! Em geral eu não tenho medo de altura, mas que dá um friozinho na barriga lá de cima dá, principalmente antes de pular do bungee-jumping...

Depois de fazer várias rotas com direto a paradas para café (bem ao estilo à la KEMA), fomos todos para o tão esperado churrasco, com direito a cervejas e tudo mais pago pela empresa! Ainda tivemos o after-party na casa de um dos diretores que morava perto, com direito a (mais!) cervejas e petiscos. Achei curioso como todo mundo tirou os sapatos antes de entrar na casa e umas 9h30 todos debandaram. Voltei de carona até a KEMA, onde mais uma galera também tinha deixado a bicicleta.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Novo estagiário

O Evans estudou na mesma faculdade que o Gerard (em Enschede, do outro lado do país) e leva bem umas 3 horas todo dia no trem vindo pro trabalho. Mas já na primeira semana tratou de negociar com o supervisor dele pra contar também as horas que ele passa no trem lendo o material (ha!). Gente fina, mas já me arrependi de ter ensinado a jogar futebol de moedas (não temos mais ping-pong!), e agora qualqer coisa é motivo pra mais uma pausa! Comentei que eu fiz o mestrado na Arábia Saudita, e agora ele está decidido que também vai mandar o currículo para a KAUST.

Em geral eu deleto sem ler todos os e-mails que eu recebo em holandês, trato como se enviaram pra mim por engano e ponto. Num desses tinha algo sobre um passeio/escalada em Apeldoorn amanhã no horário do trabalho, o que obviamente não passou despercebido pelo Evan. Decidimos (sem consultar nossos chefes) que sexta-feira nosso turno de trabalho acabara antes das 12h, independente do que estivermos fazendo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sobe, desce, sobe...

Depois que os franceses e o Huib saíram da sala dos estagiários, passei um bom tempo sozinho no escritório. No início me sentia o rei do pedaço, mas é muito chato passar o dia todo sem falar com ninguém... Logo que eu voltei de Portugal, meu chefe tratou de me realocar pra sala onde ficava o Gerard no subsolo (foto ao lado). Dividi a sala com o Kees, gente boa, fala até um pouco de português, mas depois de uma semana saiu de férias e não voltou mais. Essa segunda finalmente chegou o novo estagiário, e fomos realocados pra sala do segundo andar. A grande vantagem de trabalhar lá embaixo é que eu estava no mesmo corredor de todo mundo, mas pra compensar era super barulhento, pegava bem menos sol e ficava de frente pro banheiro...