sábado, 30 de junho de 2012

Verao na Siberia Ocidental


Como estamos longe de qualquer corpo de agua (como o mar ou um grande lago), e esperado que as temperaturas aqui mudem bastante ao longo do ano. Em Moscou sim fazia calor, mas aqui na Siberia, 27C definitivamente nao sao a mesma coisa que no Rio de Janeiro. Tivemos muita sorte de fazer o curso no verao, temos luz ate quase a meia noite e uma temperatura mais amena. No inverno aqui faz entre -30 e -40C, varios equipamentos param de funcionar ou precisam de cuidados especiais. Engracado tambem e o que os russos consideram como sendo uma temperatura ideal para trabalhar: entre -5 e -10C.

Na terca-feira os instrutores nos levaram para um restaurante bacana de frutos do mar em Tyumen, e como podem ver pelas fotos, e bem diferente do que aparece na Wikipedia, hehehe. Praticamente nao temos nenhum tempo livre, o curso aqui e bem barra-pesada. Varios procedimentos causam demissao na hora da empresa, alguns sao meio obvios, tais como manipular dados, trapacear, etc. Outros nem tanto, como errar a profundidade ou ultrapassar o limite de tensao do cabo. Aqui na escola valem as mesmas regras, se errar um desses pontos criticos numa simulacao, tambem esta demitido na hora e no dia seguinte te comprar uma passagem de volta ao seu pais. Ou entao bombar duas provas seguidas. Ontem eu virei a noite terminando o trabalho e estudando pras provas de hoje, mas nao consegui o minimo. Como era a primeira prova, podemos refazer na segunda, mas rola um medo/estresse.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Chegando a Russia

Um cara muito estranho sentou no assento na minha frente no voo de Bogota a Frankurt, ele nao parava de se mexer e balancava a cadeira o tempo todo. Depois de um tempo ele foi no banheiro e voltou fedendo muito a cigarro. Obvio que o alarme de fogo disparou e as aeromocas foram falar com ele, acontece que o cara so falava frances. A mulher que tava do meu lado (uma alema), arranhava alguma coisa e ajudou na traducao. Levaram o passaporte dele pro comandante e avisaram que ao chegar na Alemanha a policia iria leva-lo pra pagar uma multa. O cara soltou um monte de palavroes em frances sobre os comissarios, mas os atendentes nem levaram muito pro lado pessoal nao. Quando passou o carrinho vendendo itens tax-free ele ainda fez algum comentario por que eles vendiam cigarros no aviao se eles sabem que nao e possivel consumir? Como o voo atrasou um pouco e varios passageiros tinham conexoes curtas (como o nosso), o comandante devolveu o passaporte pro passageiro e disse pra ele procurar a policia uma vez em Frankfurt. Assim que pousamos, o frances maluco saiu que nem uma bala.

Na Alemanha pegamos a nossa conexao para Moscou Domodedovo, alias, que aeroporto. Como a Russia e o pais que mais produz petroleo no mundo, tem muito dinheiro, pensei que tudo fosse direitinho, mas o aeroporto era uma zona. Filas interminaveis na imigraca, tudo lotado, ninguem fala ingles, filas sao na verdade conglomerados de gente e a galera sai mesmo empurrando todo mundo pelo caminho, com a famosa cordialidade russa. Exatamente o oposto de Bogota, onde tem inumeras cabines de atendimento e tudo funciona perfeitinho. Acho que foi um pouco de choque pros colombianos pela primeira vez na Europa. No hotel em que ficamos (de 200 dolares a diaria!) tambem sobravam sorrisos e gentileza por parte dos funcionarios, isso pra nao dizer outra coisa.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Onde eu moro


O bairro onde eu moro aqui na Colômbia é como se fosse uma miniatura da Barra da Tijuca: os prédios são novinhos, em geral condomínios com piscina aquecida, academia de ginástica e tudo. Tem muitos shoppings por perto e um hotel ou outro. Me falaram que não se podia construir nada perto da embaixada americana, mas como a situação da Colômbia melhorou muito nos últimos anos, finalmente liberaram fazer edificações no entorno, daí surgiu um bairro novinho em folha. As desvantagens é que as ruas são um tanto quanto desertas/escuras de noite e ainda não tem BRT. A foto é a vista da minha varanda.

Essa semana o Rafael (chefão) está nos Estados Unidos e deixou o Tomanaco como responsável pela base. Claro que cada pessoa tem o seu estilo, o Rafael costuma ser muito trânqüilo com tudo, já o Tomanaco me pareceu mais focado em resultados logo. Ontem eu tive que me dividir em dois pra conseguir calibrar todos os equipamentos e solicitar a passagem pra Sibéria, mas graças a Deus deu tudo certo e essa sexta-feira eu já viajo e chego domingo de tardinha. Vai ser bacana reencontrar uma galera que do OFS 1, e morar com todo mundo! Estou levando o meu estoque de massa pra pão-de-queijo pra fazer por lá.

domingo, 17 de junho de 2012

Trabalho

Fui um dos primeiros a chegar na empresa na sexta-feira, falei com o meu chefe sobre o curso e ele foi bem trânqüilo, disse que era um curso importante, mas que eu tinha mesmo avisado ele sobre o visto e que não tinha problema nenhum. Um das melhores coisas do trabalho aqui é que a galera é muito gente fina. Passei a maior parte da semana na área de manutenção, limpando, checando e fazendo pequenos reparos em ferramentas. Trabalhava com 2 estagiários do ensino médio, que me pediram pra ensinar um pouco de português, agora eles já entendem todos os números e falam uma palavra ou outra, sempre chiando exageramente o S como bons cariocas :-)

Apesar do pavor da estagiária, planejava também ensiná-los um pouco de inglês, ao menos os números, mas tive de mudar os planos já que fui pra outro laboratório. Não sei se eles tem acesso a computador ou internet fora do trabalho, provavelmente deve ter uns cursos legais de inglês no YouTube. Esse sábado eu dividi o táxi com um estagiário de Engenharia que mora aqui na rua, o problema é que eu não entendo 1/3 do que ele fala. Mandei uma mensagem confirmando pra encontrar aqui na portaria, mas o moleque respondeu num espanhol cheio de gírias que eu fiquei na dúvida se ele ia mesmo ou não. Quando eu desci ele já estava lá embaixo e não fechou a boca até chegarmos na empresa, eu só fingindo que concordava/entendia.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Fotos colombianas


Aqui em Bogotá eu moro num edifício residencial normal, só que o nosso apartamento é propriedade da empresa, onde colocam funcionários. Somos 3: eu, o Ivan (colombiano de Barranca), e Gerardo (mexicano que ainda não conheci). Acho muito bacana essa idéia de dividir apartamento com a galera da empresa, ajuda muito. O único problema é que o Ivan tem uns horários loucos e nunca dá pra dividir o táxi. Ontem esqueceram do meu pedido e cheguei mais de 30 minutos atrasado na companhia, me senti meio mal por ser o último a chegar, mas tudo bem. Descobri que pelo menos 2 dos estagiários que trabalham comigo vão de bicicleta para o trabalho e que guardam num local bem trânqüilo, sem tranca nem nada. Como gasto uns R$20 por dia com táxi e um tempo razoável de trânsito, pretendo comprar uma magrela já nesse final de semana e testar os melhores caminhos pro trabalho, tem ciclovia até a porta da empresa.

Hoje de manhã eu fui de motorista particular pedir o cartãozinho de residente na Colômbia. Como tinha esquecido as fotos, tirei num local muito estranho. Bem em frente a oficina da imigração tem uma mulher num banquinho com uma placa escrita 'fotos'. Ela te leva até o ponto de ônibus, o auxiliar dela segura um pano azul por atrás, e em 30 segundos ela imprime as fotos no local (sim, no banquinho da calçada!), e as corta com uma tesourinha. Voltei para a base um pouco antes do almoço, e logo encontrei a Claudia dizendo que o Rafael (o chefão) estava louco me procurando hoje de manhã, pois hoje tinha um curso que eu especialmente deveria ir. Tinha certeza que falei com ele ontem que ia a imigração, mas enfim... Logo depois fui pedir a uma gerente liberar uns dados, e logo me interrogaram, que o Rafael queria saber onde é que eu estava hoje de manhã. Parece que o tal curso oferecia almoço, e não encontrei com ninguém no restaurante. Fiquei até umas 19h30 na oficina, e amanhã planejo chegar cedo e sair tarde, mais porque não quero parecer preguiçoso do que por qualquer outra coisa.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Casa-trabalho

Meu primeiro dia de trabalho começou com uma reunião com os responsáveis por todas as operações e os engenheiros da base. Ao contrário do dia anterior, o celular do meu chefe não parava de tocar e ele mal tinha tempo de respirar. A Yully, que também vai para o curso na Rússia comigo me deu um tour pela base. Dei uma estudada pelo computador um pouco do básico e passei o resto do tempo na área de manutenção com os estagiários. Ali é feito o primeiro trabalho da oficina: limpar, lubrificar e testar os contatos das ferramentas que acabaram de chegar. Como eu não fiz um curso sei lá qual, o pessoal tá meio que receoso de me deixar carregar peso.

Saí junto com os estagiários, depois de quase 11h de trabalho no primeiro dia. O Ivan disse que tinha um trabalho importante e ia ficar até mais tarde. Já a Yully e a Selene iam para um poço e precisavam que tudo estivesse 100%. Uma vez em casa, fui a um shopping (ou centro comercial, como chamam por aqui) jantar alguma coisa e tentar tirar as fotos 3x4 para a imigração. Não achei nenhuma loja que tirasse, vou tentar descobrir com algum amigo colombiano onde posso conseguir isso. As fotos de hoje são do meu prédio, aqui é bem comum deixar os tijolos aparentes.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Primeiro dia de trabalho

Apesar de ser feriado nacional, meu chefe marcou uma primeira reunião comigo para mostrar a empresa e fazer uma introdução ao trabalho. Todo mundo que eu conheci na empresa era super gente fina, tinha bastante gente trabalhando para um dia teoricamente off. Falaram que tem uma brasileira muito simpática, também do Rio de Janeiro trabalhando na mesma base que eu. Mesmo sendo 'o cara' do local, o FSM gastou bastante tempo comigo, além da palestra de introdução, falou do local, mostrou as principais instalações e tudo. A base não é muito longe da minha casa, fica mesmo no centro da cidade, na rua dos outlets, acho que dista menos 4km, ou 10 reais de taxi.

O 'chefão' ainda levou eu, Ivan (meu companheiro de casa) e Selene (outra engenheira júnior) a um restaurante italiano super bacana numa das melhores zonas da cidade. Falou pra aproveitar, que este não era o trânsito normal da cidade, passou com a gente de carro no centro histórico, e nos deixou em casa. Aproveitei para comprar um número de celular colombiano e algumas coisas no supermercado (cesta de roupa suja e toalha, R$25 cada um), e dei umas nadadas na piscina aquecida do meu prédio, quem sabe essa semana ainda tenho tempo de passar na sauna? Amanhã combinei de dividir o táxi com a Selene, e meu plano é no futuro (depois do curso), comprar uma bicicleta velha e passar a ir pedalando ao trabalho, que não é longe.

domingo, 10 de junho de 2012

OFS 1

OFS 1 é o primeiro curso introdutório que fazemos na empresa. Poderia ser em qualquer lugar da América Latina, mas acabou que fui inscrito no Rio de Janeiro. Nosso grupo foi um dos maiores já realizados, 47 trainees. Das 7h da manhã às 7h da noite, tínhamos aulas sobre o básico do petróleo, dos nossos segmentos, da intranet da empresa, da nossa cultura, ética, história, dados importantes, etc. No primeiro dia, nos deram 5 capítulos para ler, missão cumprida numa noite mal dormida. No dia seguinte, nos deram mais 100 páginas em inglês para ler, mas como fui jantar com o pessoal no Rosas, acabei demorando um pouco de mais e sequer consegui ler metade. No dia seguinte, jantamos com os gerentes de cada segmento no Porcão da Barra, e o meu 'chefe' me deu um aperto de orelha por não estar mostrando a cidade pro pessoal, que não era tão importante estudar assim para esse curso. Dito e feito, não ficamos mais uma noite sequer enfurnados dentro do hotel! Quinta-feira trabalhamos duro na apresentação de grupo e sexta-feira fomos todos para Copacabana, de onde só voltamos 2h da manhã (outros, 6h! :-)

Descobri que farei 4/5 meses de curso na Sibéria, para onde viajo daqui a 2 semanas. Antes eu suspeitava que o pessoal do RH não ia muito com a minha cara, quando me enviaram 2 vezes pra São Paulo num vôo às 5h da madrugada, mas agora eu passei a ter certeza que é algo pessoal. Eu e outro brasileiro pegamos o mesmo vôo para o Panamá, ele foi de primeira classe, com aquelas cadeiras super acolchoadas, largas, comida especial, e me colocaram no último lugar da classe econômica, bem ao lado do banheiro... Não que me importe muito, afinal, já tinha passado uma semana sem dormir nada, e desmaiaria em qualquer lugar mesmo. Em Bogotá já me esperavam no aeroporto, e me trouxeram para o apartamento, um bairro bem bacana, vários hotéis, restaurantes perto, e o prédio tem piscina, academia, e tudo mais.