
Impressiona a cara-de-pau de certos países em relação a todas essas revoltas no mundo árabe. Não faz 2 meses que esses ditadores eram recebidos de braços abertos no mundo todo, o próprio Gaddafi parecia ter ótimas conexões com os Estados Unidos, França, Itália, e tudo mais. Assim que começaram os protestos, todos esses 'amigos' que sempre apoiaram o governo, em questão de dias viraram as costas, congelaram as contas bancárias e bens no exterior. Talvez a única exceção seja a Arábia Saudita, que recebeu o ex-ditador da Tunísia. Dizem às más línguas que o ex-presidente do Egito levou tanto tempo pra deixar o poder porque ele estava transferindo toda a grana dele pra cá, e que atualmente se encontra em Tabuk, no norte da Arábia.

O ocidente sempre apoiou esses regimes porque os considerava mais fácil de controlar, e manter o fantasma do terrorismo supostamente afastado, não importando o que o povo pense nem todos os sacrifícios que faziam para manter o padrão de vida extravegante dos governantes. Não à toa que o Gaddafi e o presidente do Yemen vivem repetindo que estão é combatendo terroristas, eles sempre ganharam apoio/recursos de fora por causa disso. O que acontece no Bahrein é bastante diferente dos outros países, a maioria da população lá é xiita, mas que sempre foi controlada e um tanto quanto discriminada pela minoria sunita.

Onde eu moro na Arábia Saudita é relativamente trânqüilo, mas apesar de oficialmente não haver registro de nenhum protesto, a realidade é outra na parte leste do país, onde está praticamente todo o petróleo. É uma região onde a maioria da população é xiita, mas eles tem uma representação praticamente nula no governo, e são constantemente hostilizados pelos outros muçulmanos. Dizem os boatos que os protestos lá estão cada vez maiores, e marcaram uma grande manifestação pra essa sexta-feira na capital, Riyad.