sábado, 28 de agosto de 2010

É fogo!

A viagem pra Arábia Saudita não começou muito bem: assim que cheguei em São Paulo o cara da Lufthansa encrencou com o meu visto e bateu o pé que sem a passagem de volta ele não ia me deixar embarcar. De nada adiantou eu explicar que eu ia estudar, o que é significaria uma longa estadia... Finalmente concordaram em me deixar viajar para Frankfurt só porque eu também tenho um passaporte europeu.

Crente que meus problemas tinham acabado por aí, descobri que ele telefonou para a imigração na Alemanha e avisou para não me deixarem embarcar. Como quem fiscalizava os documentos eram árabes, eles logo viram que estava tudo certo e pensaram que se tratava de algo mais grave, e me arguiram na frente do vôo todo se eu estive na prisão no Brasil. Foi um constragimento totalmente descenessário graças à Lufthansa, o engraçado é que o Sérgio embarcou no mesmo avião que eu, só foi atendido por outro funcionário e passou tudo normal.

Os árabes por aqui falam que a universidade é a 'Las Vegas' da Arábia Saudita, onde 'tudo' é permitido. No país só existem 2 salas de cinema, sendo uma delas na minha universidade, a KAUST. Tudo aqui é muito novo e internacional, mas também se espera respeitar os costumes locais. Por exemplo, estamos no Ramadan, época em que todos os muçulmanos jejuam durante o dia, então não se deve comer ou beber líquidos em locais públicos. A vantagem é que durante essa época sempre abastecem uma salinha com lanchinhos e sucos para os não-muçulmanos.

Logo nos primeiros dias esquecemos dessa regrinha de bom comportamento e compramos uns picolés no supermercado e fomos comer numa pracinha. Assim que lembramos escondemos tudo e fomos para dentro de uma sala onde só estavam estrangeiros, e desembrulhamos de novo. Logo mais tivemos de esconder tudo de novo porque chegaram uns muçulmanos, e logo migramos de vez pra salinha do café.

O mais bacana aqui foi encontrar com toda a galera que eu estive nos Estados Unidos, na Holanda, no México e em Londres. Outro dia mesmo estava lembrando do treinamento de incêndio da Rose-Hulman: estava tomando banho de água quente e acabei esquecendo a porta aberta, o vapor chegou no sensor e disparou o alarme. Peguei algumas roupas e saí para frente da casa, depois de um tempo o Hani também saiu, e nada do nosso outro colega de casa. Batemos na quarto dele, ele disse que pra ele não estava tanto barulho assim e que voltaria a dormir (!). Basicamente eu fui o único que levei o negócio mais ou menos a sério e fiquei do lado de fora o tempo todo esperando os bombeiros chegarem e desligar o alarme...

6 comentários:

  1. oi marcos! só agora descobri que vc está atualizando o blog! depois coloca fotos do seu alojamento! beijos

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  2. Levou o treinamento a sério por causa de suvaquinho, se não era bem provável que vc ignorasse o alarme.

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  3. Oi Marcos,
    tem mesmo que levar a sério, vai que é de verdade...
    Beijos,
    Mamãe

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  4. Essa história do avião me deixou bastante nervosa, como tem gente má no mundo, faça sempre suas orações e peça a proteção de Deus e assim vc vai passar por qualquer coisa sem que elas te abalem.
    Beijos
    Tia Marcinha

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  5. No Brasil, para viagens ao exterior os brasileiros tem que ter também a passagem de volta marcada. Nada justifica a atitude da empresa, uma vez que você apresentou o passaporte europeu.

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  6. Oi meu lindinho! Só agora vi que você voltou a escrever. Não consegui falar com você no seu aniversário, mas isso não quer dizer que não rezei e desejei o melhor para você, meu querido sobrinho. Aeroportos, alfândegas, tudo isto é um grande estresse! Faça como os pinguins de Madagascar: Sorria e acene! Esses caras do aeroporto se acham muito poderosos e o melhor é tentar (se for possível) evitar que eles criem encrenca conosco. Muitos beijos e desejos de êxito.

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