domingo, 28 de agosto de 2011

A invasão das lesmas

Não, o título de hoje não tem nada a ver com a velocidade da minha internet, mas sim com os habitantes do jardim da Dona Pieterese. É fácil encontrá-las por aí subindo pelas portas, tomando sol nas pedrinhas, atravessando a rua... Outro dia mesmo quando ia de bicicleta pro trabalho não tinha nem notado que tinha uma dessas lesmas gigantes em cima do cadeado da minha bicicleta até reparar que estava apertando algo mais molenga que o normal. A Dona Pieterese conta orgulhosa que há centenas delas pelo quintal, e o quanto isso deixa a casa com mais vida. Não é o meu animal favorito, mas verdade seja dita: elas nunca me fizeram mal algum.

Como estou com o pneu da minha bicicleta furado, acabei passando esse final de semana em casa. A Dona Pieterse me levou de carro pra ver umas plantas que floresceram num campo aqui perto junto com o Tilly (o inseparável cachorrinho). Aproveitei pra atacar os vários blackberries silvestres que apereciam pelo caminho, que dão praticamente como uma praga por aqui, e expliquei como eles são caros no Brasil. Aparentemente as abelhas daqui estão em baixa, e há campanhas no rádio para os holandeses colocarem flores no jardim para ajudá-las. A foto do lado é um close de uma caminhando pelos musgos hoje de manhã.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dono do escritório

Desde o início do mês o Huib já havia debandado para outro prédio, e semana passada foi a última do Gerard na KEMA. Foi só o começo de uma temporada de despedida, já que o Enoch e o Pierre viajam de volta a Grenoble amanhã de madrugada. A outrora tão famosa 'sala dos estagiários' deve passar por um período bem mais quieto agora. Não tem como esquecer os intermináveis torneios de ping-pong, nossas aventuras explorando a empresa no horário do almoço, ou ainda quando levei um bolo para a sala e meus supervisores acabaram por descobrir a mesa de ping-pong...

Ontem tivemos uma rodade de crêpes na nossa sala, e como sempre que cai na boca do povo que há comida grátis, surgiu gente que nunca havíamos visto antes. Herdei o açúcar e o pote de nutela. De noite fomos comemorar numa pizzaria que o Enoch sugeriu no centro da cidade com algumas cervejas. Passou por nós um grupo de pessoas batucando, que me lembrou muito um bloco de carnaval. A princípio devem chegar 3 estagiários novos no começo de setembro, enquanto isso a sala deve ficar bastante monótona...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um dia de folga

Aproveitei que a Elena tinha uma escala de 3 dias na Holanda pra apresentá-la aos meus amigos na UNESCO, onde eu trabalhei no ano passado. Óbvio que uma lituana, que mora na Noruega, vindo do Quênia, e um brasileiro voltando da Arábia Saudita, morando na Holanda, tinham que se encontrar em Delft, o centro de tudo. Pelo menos era isso que os holandeses na nossa mesa defendiam. Foi ótimo rever os amigos e comemorar mais uma vez o meu aniversário! A Dennys (minha antiga chefe) está com um barrigão enorme, o neném deve nascer daqui a 2 semanas, mas ela ainda está numa quebra-de-braço com o marido pra escolher o nome. A Elena aproveitou pra trocar contatos que podem ser úteis na favelinha dela em Nairóbi.

O que a Elena queria mesmo era trabalhar em projetos de arquitetura pros jogos no Rio, cidade que ela se apaixonou. Ela tem um contato na cidade que disse que ela poderia trabalhar como estagiária por 700 reais por mês, com chance de ser contratada no futuro. Nem preciso dizer que ela não aceitou. Esse semestre ela foi convidada como assistente de professor na universidade na Noruega, e essa terça-feira (hoje!) seria o primeiro dia de aula. Daqui a menos de um mês ela vai levar a turma dela pra outra temporada no Quênia. Como já tinha tirado mesmo o dia pra não trabalhar, resolvi acompanhá-la em Rotterdam pra comprar algo pra vestir na universidade. Depois de 2 meses na África as roupas dela estavam impraticáveis. Interessante que várias lojas tinham chá, café, cadeira, e até mesa para os homens esperarem!

domingo, 21 de agosto de 2011

Aniversário

Como o Gerard tinha levado um bolo no aniversário dele, achei que seria apropriado fazer o mesmo e convidar os meus supervisores. Comprei o bolo da foto por 8 euros numa Hema (espécie de Lojas Americanas daqui), que tinha uma cara ótima. Minha idéia era chamar a galera depois do almoço, pois com todo mundo de barriga cheia, era provável de sobrar mais para comer em casa. Mas como meu supervisor precisava sair logo depois do almoço, acabamos remarcando para às 11h, e ele enviou um e-mail para todo o departamento avisando que tinha bolo grátis. 11h em ponto começaram a surgir pessoas na sala que eu nunca tinha visto na vida perguntando quem era o aniversariante. Quando o meu chefe chegou e fomos para a outra sala, veio a grande surpresa: esquecemos de tirar a reda e as raquetes de ping-pong de cima da mesa!

Todo mundo levou na boa, meu chefe avisou logo que não sabia do tênis de mesa na sala dos estagiários, mas que se trabalhamos bem, não tem problema nenhum. Essa deve ter sido a última semana do Gerard, que vai defender a monografia nessa quarta-feira. Depois da apresentação do projeto dele na KEMA, surgiram idéias de patentear o trabalho que ele fez, o que o deixou bastante orgulhoso e confiante na defesa. Hoje a Dona Pieterse me levou pra passear de manhã com o Tilly num castelo perto daqui de casa. Depois da guerra o marido dela chegou a trabalhar lá numa operação da Cruz Vermelha para os feridos. De tarde fui jogar bola com o Enoch e o Pierre no parque aqui perto, mas já estou ficando velho pra esse tipo de esportes. Minhas habilidades esportivas agora se limitam a penbolim, sinuca e ping-pong.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Voltando ao trabalho

Essa semana todos já estavam de volta de férias. O meu coordenador (pra lá dos seus 40 anos), aproveitou a folga pra ir de bicicleta da Bélgica até Paris, com bolsas penduradas no bagageiro, tipicamente holandês. A idéia inicial era ir com o filho e o neto dele, que acabaram melando. Segundo ele foi muito bacana fazer uma viagem longa de bicicleta sozinho, e se vai mais rápido do que muitos pensam. Aqui é o tipo de coisa que só dá pra fazer no verão mesmo. Muitos levam barracas de acampar, sacos de dormir e dormem pelo caminho, tenho curiosidade em saber como fazem pra manejar o banho e certas necessidades fisiológicas (número 2) durante a viagem que pode durar semanas...

Por falar em bicicletas, a do Enoch está com um pneu furado, e o senhorio dele cobra 10 euros só pra tapar o buraco! Uma câmara de ar novinha custa €5 na loja, mas resolvemos que nós mesmos podemos consertar sem gastar nada. Hoje eu levei as ferramentas, mas não conseguimos descobrir onde estava o furo. Amanhã vamos apelar para um balde d'água ou uma câmara velha que eu tenho aqui em casa. O dia promete ser curto, já que também estamos (os estagiários, quem mais?), uma festinha pro meu aniversário e a despedida da galera, que acaba o contrato agora no final de agosto.

domingo, 14 de agosto de 2011

Ooops

Que o Enoch andava abusando não era segredo pra ninguém, mas aparentemente o chefe dele ficou bastante irritado por ser o último a descobrir que ele tirou 2 semanas de férias na França sem avisar. Prometeu que ia cortar o último salário dele, falar com o outro supervisor e coisa e tal. Ninguém deu um piu. Como o tempo não estava dos mais agradáveis, resolvemos passar o almoço no escritório mesmo e fazer (mais um!) torneio de ping-pong. O Gerard estava trabalhando no computador do Enoch e se juntou a nós.

Já na hora da saída, resolvi jogar a saideira com o Pierre, quando o Huib entra com cara de espanto na sala. Saquei na mesma hora que o chefe vinha logo atrás. Escondemos as raquetes, tiramos a rede em 2 segundos, e como o painel fotovoltaico também estava na mesma sala, na maior cara-de-pau, fingimos que ainda estávamos acabando de guardá-lo na caixa e voltamos pros nossos computadores. A Dona Pieterse queria me levar pra visitar uns castelos aqui perto de Arnhem, mas o cara da previsão do tempo sugeriu às pessoas aproveitassem pra dormir até tarde, já que domingo deve chover o dia todo... Esse também era o domingo da corrida do Hash aqui em Arnhem, mas acho que vai tudo por água abaixo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Volta ao trabalho

Apesar de oficialmente só retornar na próxima semana, o meu supervisor resolveu surpreender os estagiários e voltou ao trabalho uma semana mais cedo. Fui avisado pelo Gerard, mas pra nossa sorte, ele ainda anda bastante empolgado/ocupado comentando pra todo mundo como foram as férias. Como a namorada dele já tinha voltado a trabalhar, ele achou melhor remanejar esses últimos dias. A minha conferência via skype com a minha orientadora acabou sendo desmarcada na última hora, mas ainda assim passei essa semana bastante ocupado trabalhando no relatório pra minha tese.

Adaptamos uma plaquinha no nosso 'salão de jogos' para 'Born to play, forced to work' (nascido pra jogar, obrigado a trabalhar). Ainda conseguimos recuperar duas bolinhas de pingue-pongue presas atrás das estantes lançando um mouse de computador no melhor estilo boiadeiro. Nada como soluções engenheiras para problemas reais. Depois do almoço estávamos nos revezando quando chegou o chefe do Huib procurando por ele. Óbvio que ele acabou descobrindo tudo, mas sem grandes grilos. Só o Pierre que ficou meio dividido de jogar de novo, mas acho que isso passa rápido.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dia na praia

Via de regra, sempre chove nos finais de semana, e amanhece uma segunda-feira linda em Arnhem, sem nuvem nenhuma no céu. Justamente ontem que eu iria 'a trabalho' para as praias no norte da Holanda, caiu uma chuva torrencial na cidade, mal sabia eu que era um presságio de como seria o meu dia. Passei um tempo considerável arrumando a mochila com roupas de banho, toalhas, já pensando no pós-trabalho. Só me lembrei mesmo que o Gerard tinha comentado pra levar uma identificação quando já estava no trem. Como tinha o cartão holandês de registro do trem com meu nome e foto, além do seguro saúde, me senti mais trânqüilo. O tempo melhorava quanto mais me afastava de Arnhem, e quando cheguei na estação de Alkmaar, fazia um sol inacreditável (não que estivesse quente).

Encontrei com o Gerard na estação, que me deu carona até o centro da ECN, onde iríamos fazer os testes. Tínhamos os nossos nomes registrados na portaria, mas lá falaram que só permitem entrada com a apresentação da identidade nacional ou passaporte. Fiquei fulo da vida, já que foram 6h de viagem (3 pra ir, 3 pra voltar) pra não conseguir sequer entrar no centro... Ao menos o fim de mundo deles é num local bacana, aproveitei pra dar uma volta na praia pra esfriar a cabeça e esperar o Gerard. Havia alemães por todo lado fazendo buracos na areia com pás de verdade e ao contrário do Brasil, nada de guarda-sóis pra se proteger do sol, tinham era uma espécie de para-ventos com propaganda de marcas de sorvete. Fotografei cegonhas, caminhei na areia, acabei de ler o livro que estava lendo, e nada de acabarem os testes...

Aparentemente o responsável por nos receber passsou mal e não foi trabalhar nesse bendito dia. No departamento só tinha uma pessoa para ajudar, e como normalmente já se gasta tempo pra arrumar tudo, com duas pessoas apenas foi uma eternidade, e nenhum dos dois sabia como medir a corrente sem luminosidade. O Gerard também estava explodindo de raiva, já que também gastou 6h de viagem pra fazer uns testes que talvez nem sirvam de nada. Saímos de Petten já passava das 5pm, determinados a esquecer esse dia, e cheguei em casa quase umas 9h da noite, onde ainda chovia. A única coisa positiva do dia foi que eu encontrei um monte de itens (grátis! =) deixados no muro de uma casa de estudantes.

domingo, 7 de agosto de 2011

Fim da vida mansa...

Quinta-feira meu primo que trabalha na marinha estava em Amsterdam, e aproveitando que meu chefe está de férias, nem pensei em duas vezes em encontrar com ele durante a semana mesmo. A turma dele acabou de se formar, e está agora num navio escola passeando pelo mundo todo. Como são umas 300 pessoas embarcadas, toda hora se esbarrava com um conhecido na cidade. É impressionante como a cidade estava lotada de turistas brasileiros em todo canto, com certeza isso tem a ver com o real super-valorizado. Visitamos o museu da Heineken, um de cubismo e um moinho de vento remanescente na cidade. Acabamos deixando o free walking tour de lado, já que o pessoal disse que já conhecia tudo.

Amanhã vou com o Gerard a um centro de pesquisa no outro canto do país (quase 2h de trem!), fazer uns testes com os painéis fotovoltaicos. O centro é bem ao lado de uma praia de areia branquinha (basta procurar ECN, Holanda no googlemaps). Apesar da previsão do tempo dizer chuva (novidade!), vou levar roupa de banho, nunca se sabe... Os chefes voltam já na próxima semana (!), e provavelmente vão querer saber o que é que os estagiários fizeram enquanto eles estiveram fora. Óbvio que serão devidamente omitidas as partes do pingue-pongue, da praia, das viagens, da ponte não-inaugurada... Quarta-feira ainda tenho uma reunião via skype de manhã cedinho com a minha orientadora da Arábia. Saudades da vida mole...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Novas utilidades

Domingo aproveitamos que não ia chover para ir de bicicleta até a Alemanha. Nada de mais, o vilarejo aqui perto (Elten) é super pequeno, e não tem basicamente nada pra fazer. Resolvemos voltar para Arnhem beirando o rio Reno, o que se mostrou um caminho muito bacana, mas loooongo. As ciclovias holandesas tinham placas de informação sobre os lagos, diques, sistemas de drenagem, história e pontos de interesse da região. Vimos várias famílias viajando de bicicleta com bagagens e equipamento de acampar, mesmo que com crianças pequenas! Lembrei imediatamente da minha proprietária quando resolveu ir de bicicleta até a Bélgica com a amiga dela.

Desde que os chineses saíram, a sala deles ficou vazia, totalmente desocupada. Aproveitando (de novo!), as férias dos nossos chefes, resolvemos dar uma reorganizada no escritório do lado, e hoje demos início ao primeiro campeonato não-oficial de pingue-pongue na empresa! Improvisamos uma mesa com a porta de um armário velho, que ficou um tanto quanto apertado, mas funcionou bem, e o Pierre trouxe uma redezinha. Depois do almoço, tivemos que praticamente expulsar o Gerard da nossa sala, já que ele não queria parar de jogar, e ainda não temos certeza se as pessoas na sala do lado conseguem ou não ouvir a bolinha quicando.