domingo, 17 de fevereiro de 2013

Em Barrancabermeja


Por fim consegui resolver o lance do visto e no dia segunte viajei para Barrancabermeja, onde supostamente haviam bastantes trabalhos para eu ganhar prática rápido. Assim que cheguei na base, fui falar com o chefe, que estava numa reunião com outros engenheiros e de repente toca o alarme de evacuação. Todos nos seus respectivos pontos de encontro, menos os operadores, que se aglomeram no lado de fora do portão. O chefe perguntou quem apertou o botão, que isso não é brincadeira, mas ninguém falou nada. Logo começamos a ouvir gritos de ordem contra as políticas da empresa, e assim começou a controversa a greve geral de operadores.

Nos reunimos na sala do chefe, dividimos os engenheiros em grupos, faríamos o trabalho dos operadores e engenheiros, a fim de atender aos clientes até que a greve acabasse. Sem operadores, conectamos as ferramentas para os trabalhos mais urgentes, checamos tudo, e guardamos no caminhão. Como tínhamos uma unidade num trabalho, só precisávamos enviar um equipamento, mas como o pessoal do lado de fora não ia deixar sair nada, escondemos tudo num caminhão de refrigerantes que estava na base. Sabe-se lá como, os operadores desconfiaram (ou alguém informou), abriram o caminhão e ficaram furiosos por tentarmos sacar algo da base.


No dia seguinte, recebemos ordens de não pisar na base. Viriam umas ferramentos num vôo fretado, e do aeroporto partiria direto pra locação do cliente. Avisamos aos motoristas que não fossem de modo algum para a base. Sabe-se lá como, apereceram uns camaradas de moto com capacetes escondendo o rosto, e os condutores foram escoltados até a base, de onde não se pode tirar nada, com os explosivos e fontes radioativas que levavam. Eles disseram que a integridade física deles e das famílias são mais importantes, e disso não se pode discordar.

Apesar da nossa empresa pagar mais que a concorrência, ter mais tempo de descanso para os operadores (jornadas máximas de 12h e a cada 21 dias de trabalho, descansam 7), o sindicato daqui enche o saco. A questão é que com a crise, apertaram o cerco aos operadores que marcavam mais dias de trabalho em campo do que realmente faziam, e estão reclamando que com essa política o salário deles vai diminuir. Ok fazer greve, mas daí a não permitir outros trabalharem, ameaçar pessoas e sequestrar bens da empresa, me parece mais coisa de criminosos e uma falta total de compremetimento com o trabalho. Cancelamos todos os serviços e tivemos de chamar a concorrência para nos cobrir. Desde então estamos de descanso na cidade, por vezes encontramos operadores nas discotecas e bares da cidade, já que eles tem turno de revezamento no bloqueio da base...

4 comentários:

  1. Não tenho acompanhado essa greve. Mas pelo seu relato, acho que estão perdendo o foco de defender o operário e tornando um movimento político, ao ameaçar pessoas e sequestrar bens da empresa.
    Aproveite essa parada forçada para descansar e renovar as energias, pois trabalho é que não vai faltar.

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  2. Marcos,
    "o que não tem remédio, remediado está". Portanto aproveite a greve para descansar, conhecer a cidade e conversar com a família,
    Beijos,
    Mamãe

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  3. Marcos, com essa acredito que vc não esperava.
    Quanta adrenalina, parece até um filme.
    Procure tirar proveito dessa experiência inusitada, adquirindo conhecimentos e cuidados.
    Beijos
    Tia Isabel e Avó Philomena

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  4. Ei marcos, aqui também tivemos greve, ficamos umas duas semanas quase sem trabalho... Foi muito bom pra variar, muitos filmes, churrascos, sheesha com o pessoal.

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